Bom dia, querid@s!
Como vocês estão? Espero que bem: vocês e suas famílias!
Seguem, abaixo, os comentários sobre as questões de leitura propostas acerca do capítulo 5, que trata da figura de Maria, a empregada da casa. Como vocês devem ter percebido, tal personagem é muito importante para conhecermos um pouco mais sobre as relações sociais da época, baseadas em hierarquias e opressões - algo não muito diferente do que ainda ocorre hoje, não é mesmo?
Vamos lá!
1 - A ironia é uma figura de linguagem, isto é, uma imagem que se cria por meio de um jogo de palavras a fim de levar o leitor a compreender um fato sob outra perspectiva, de maneira mais reflexiva e profunda. Na ironia, diz-se algo que o contexto nega, intencionalmente, gerando-se uma crítica ou um deboche. No caso do título, ao se dizer que Maria era "muito bem paga", há uma ironia porque, na verdade, a moça vivia sob um situação de opressão: não podia ter opinião, não podia olhar de cabeça erguida, não podia conversar com os membros da família. Logo, à ideia de "muito bem paga", o que pode sugerir uma situação confortável e de valorização na estrutura da casa, opõe-se a opressão experimentada pela personagem.
2 - Como já discutimos, as escolhas lexicais, isto é, a escolha das palavras não é em vão, em literatura. Quando escolhemos um vocábulo, e, portanto, silenciamos outros que poderiam ser usados no lugar, tal silenciamento apresenta uma significação. Considerando os termos em destaque, podemos afirmar que Maria vivia em uma situação opressiva e de servilidade, já que caminhava 'em silêncio', falava com 'voz baixa' e 'hesitava' diante de Bruno, que, embora fosse uma criança, era também seu patrão, logo, a ele devia 'reverência', precisando chamá-lo de 'senhor'.
3 - Não aprendemos os verbos apenas para saber conjugá-los adequadamente. A depender do tempo, do modo e do aspecto em que encontram-se flexionadas, as formas verbais produzem diferentes efeitos de sentido no texto. No caso do trecho, as formas em destaque apontam para uma ideia de hipótese, suposição: apesar de Maria trabalhar há muito tempo com a família, Bruno quase nada sabia sobre ela, precisando imaginar, supor quem seria a personagem como ser humano, e não como uma empregada que devia olhar para baixo e ficar sempre em silêncio.
4 -
a) Maria afirma que o pai de Bruno era um homem bom porque a acolheu em sua casa, dando-lhe emprego e alimentação, além de pagar pelo tratamento médico de sua mãe e, posteriormente, pelo funeral.
b) Resposta pessoal. Entretanto, podemos afirmar que há, pela fala de Maria, uma quebra de expectativa quanto à figura do pai de Bruno, até então descrito como um homem autoritário e frio.
5 - Resposta pessoal. Contudo, podemos perceber, entre ambos, um mesmo sentimento de fragilidade diante do que estavam vivendo na casa, sentimento esse que humaniza a personagem, tão sempre descrita como alguém que apenas cumpria obrigações, como se fosse uma espécie de máquina.
Agora, vou abrir o fórum de discussão sobre as opiniões de vocês acerca da situação das trabalhadoras domésticas no Brasil em tempos de pandemia. Será que as relações sociais e de trabalho mudaram da época do livro para cá? Quais são as diferenças entre aquela realidade e a nossa? Vamos refletir juntos e discutir!
Grande abraço!
Saudades.
Prof. Tiago
Nenhum comentário:
Postar um comentário